segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Projeto Ressignificando o espaço escolar


PROJETO RESSIGNIFICANDO O ESPAÇO ESCOLAR
Prof. Izaias Resplandes

Estamos em Poxoréu, cidade mato-grossense situada no leste do Estado, há 250 km de Cuiabá. Aqui está instalada a EE PE CÉSAR ALBISETTI, uma escola de ensino médio com 16 turmas, funcionando nos três turnos: matutino, vespertino e noturno. No total são aproximadamente 400 alunos matriculados, atendidos por 33 servidores públicos, entre professores e servidores não docentes.
Já faz tempo que a escola foi reformada. E ela estava ficando com um visual cada vez mais feio e desestimulante. Era preciso fazer alguma coisa para inverter esse quadro e trazer de volta o esplendor que sempre caracterizou essa escola, com alunos e servidores motivados, unidos pelo propósito comum de produzir o conhecimento voltado para a melhoria da qualidade de vida de nossa comunidade e de seu entorno social.
A ideia é que não bastava tão somente pintar a escola, retirar o matagal em volta, cortar a grama, tapar os buracos... Tudo isso certamente precisava ser feito. Mas teríamos que ir além... Foi assim que, conversando com os professores, alunos e demais servidores, a profª Adjair Pereira de Miranda, diretora da escola, mentalizou em linhas gerais um projeto de cidadania que fosse capaz de levantar o astral da comunidade.
Aproveitando as reuniões com professores, ela apresentou a ideia do projeto. No início houve a resistência de alguns, por entender que isso seria uma reforma da escola e que reformar as escolas seria competência do governo estadual. Mas, nadando contra a correnteza, a profª insistiu, argumentou, contrapôs as ideias contrárias... E assim nasceu esse projeto de cidania, o qual ficou batizado de “RESSIGNIFICANDO O ESPAÇO ESCOLAR”
A ideia era envolver toda a comunidade, partindo do entendimento que, se você faz, você cuida melhor. O projeto foi levado ao conhecimento dos alunos, os quais o aprovaram. Consistiria em três partes: uma de produção de novos saberes a partir da realização de quatro seminários no período matutino e três, no período vespertino; uma parte concreta de ações, em que todos colocariam as mãos na massa; e, por terceiro, uma parte cultural com poesias, dança, teatro e algumas atividades lúdicas.
Tudo certo, o projeto teve início no dia 22 de setembro de 2014, com a realização dos seminários. Os temas para o debate foram: 1 – As diversidades gerais e de gênero; 2 – As DSTs e as drogas; 3 – A cidadania e a política; e, 4 – A preservação do patrimônio público. Ao definir a temática, a comunidade educativa pensou em temas que fizessem parte do quotidiano escolar.
A sociedade brasileira está mudando. Todavia, ainda existe muita resistência à ideia de que todos os seres humanos são iguais e devem ser respeitados e valorizados de acordo com as suas individualidades e particularidades. Eis aí um espaço para se discutir as diversidades, com especial interesse pela diversidade de gênero, aquela ainda encontra uma maior resistência social.
As drogas, infelizmente, a cada dia estão mais presentes no meio de nós. Famílias são destruídas, juventude e ideais são perdidos no mundo das drogas. Por mais que lute contra esses vícios, eles também tem penetrado pelos portões da escola. Desse modo, em tempo e fora de tempo faz-se necessário que discutamos e rediscutamos essa temática, até que possamos vencer esse mal. Aí está uma motivação para o tema: AS DSTS E AS DROGAS.
2014 é ano de eleição para Presidente, Senador, Deputado Federal, Governador e Deputado Estadual e Distrital. Estamos no ápice do processo eleitoral. Só isso bastaria para que o tema “A CIDADANIA E A POLÍTICA” fosse incluído nos seminários. Mas além da simples eleição, a escola pretende aprofundar o debate no que realmente significa exercer a cidadania e participar ativamente da política brasileira. O caso é sério. Já disse Platão que “não há nenhum problema em não se gostar de política. A única consequência é que aqueles que não gostam de política serão GOVERNADOS por aqueles que gostam dela”.
E por último, “A PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO” foi incluída na temática. A comunidade entende que o que é público é de todos e todos têm a responsabilidade de zelar e de prolongar a durabilidade desse patrimônio que tão demoradamente é colocado à nossa disposição. Podemos ter errado, podemos ter tido uma consciência mal formada de não se incomodar com a coisa pública. Mas sempre é hora de voltar atrás e redirecionar os nossos comportamentos. Assim, mais do que justa foi a inclusão dessa temática nos debates dos seminários.
Realizados os seminários vieram os três dias de trabalho. A comunidade arregaçou as mangas e foi para a linha de frente. Cada um e cada uma, desde o aluno, o professor, a equipe administrativa  até a gestão. Todos puseram as mãos na massa. Literalmente... E então a obra começou...
As imagens que vamos ver são fortes... Muito fortes. É preciso ter coragem e disposição para encarar os problemas que virão pela frente. Mas isso é o que não falta na Escola Pe. César Albisetti. Que levante as mãos aqueles que estiverem dispostos a participar dessa grande obra de ressignificação do trabalho escolar. Que fiquem de pé aqueles que queiram participar. E que todos trabalhem com alegria e entusiasmo, porque o que estamos fazendo é para nós mesmos.

Esse é o projeto. Essa é a ideia. Essa é a ação.

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