domingo, 24 de junho de 2012

EE Pe. César em JOANESBURGO

Para chegar a Joanesburgo, os visitantes atravessaram o Rio Vermelho, tendo ao fundo a bela vista do Morro do Coêlho. O primeiro ponto de parada foi na Associação dos Artesãos de Dom Bosco, associada ao Liceu Pedagógico São Francisco de Assis.

16 de junho de 2012. Sábado de manhã. Depois de uma parada no povoado de Jarudore, a sede do Distrito, mais precisamente na EE Franklin Cassiano, os alunos do segundo ano da EE PE. César Albisetti chegaram em Joanesburgo, a segunda maior comunidade de Jarudore.
A vila de Joanesburgo fica à margem esquerda do Rio Vermelho e se desenvolve bem, contando com duas escolas  de boa qualidade, sendo a EM Epaminondas Correia e o Liceu Pedagógico São Francisco de Assis. 
Além disso, a comunidade conta com a presença do Centro Técnico Juvenil de Jarudore, uma iniciativa da comunidade italiana que desde 1993, objetiva ajudar Poxoréu, associado ao Liceu Pedagógico São Francisco de Assis.

O Centro Técnico de Jarudore
O Centro Técnico funciona em regime de internato. Os alunos selecionados sempre pelo critério necessidade vão viver na comunidade, onde participa de todas as atividades: estudam e trabalham, cada fazendo a sua parte, de acordo com uma distribuição organizada de tarefas. 

O Diretor do Centro é o Prof. Rafael. Ele recebeu os jovens poxorenses com muito carinho e atenção, servindo ele mesmo de guia para mostrar aos visitantes toda a estrutura da entidade, explicando com o apoio dos instrutores, como funciona cada etapa do curso de “Marcenaria Artística”, ali realizado durante 3 anos.
Segundo ele, após a realização do curso, os alunos podem fazer parte da Cooperativa dos Artesãos Livres e trabalhar ali mesmo, produzindo e vendendo suas peças.
Os artesãos cuidam da manutenção das máquinas e da estrutura. 
Seu trabalho não tem fins lucrativos.
O objetivo é formar profissionais e divulgar o potencial dos jovens para todo o Brasil, principalmente nos grandes centros como São Paulo e Brasília, que são bons mercados para os produtos fabricados em Joanesburgo, Jarudore, Poxoréu, Mato Grosso, Brasil.
Logo após a recepção, o Prof. Rafael conduziu o grupo até o Setor de Marchetaria e Desenho.
Ali os visitantes foram recepcionados pelo Instrutor de Desenho e Marchetaria, Prof. Francisco, ex-aluno do Centro que optou por continuar trabalhando na Escola Profissional. 
Segundo ele, o trabalho do estudante de Marcenaria Artística na área do Desenho e Marchetaria se desenvolve ao longo de três anos. 
No primeiro ano, o aluno trabalho na criação dos desenhos e na confecção de trabalhos com o uso apena um estilete. 
Já no segundo ano ela usa uma serra manual “mariquinha”; e, no terceiro ano ele usa esses instrumentos e também a serra elétrica.
De acordo com o instrutor Francisco, os trabalhos produzidos pelos alunos estudantes não são vendidos. 
Ficam no Centro e são doados para a Paróquia, que faz leilão das obras, com o objetivo de angariar recursos para suas obras sociais e religiosas.
Francisco fez uma evolução histórica da Marchetaria desde a antiguidade (3.000 a.C.) até os dias atuais, dizendo que apesar de antiga, ainda PE uma arte pouco conhecida.
É um “trabalho que exige paciência e delicadeza”.
  O Diretor Rafael relembrou do artista Djalma da Ronilda, ex-aluno do Centro que se profissionalizou na Marchetaria.

A seguir, os alunos do PE.César visitaram o Setor de Escultura e Entalhe, sendo recebidos e orientados pelo Instrutor Aldeir.Ele falou um pouco do trabalho do Escultor, mostrando com é desenvolvido o seu trabalho, também ao longo dos três anos do curso de Marcenaria Artística.
Logo após, os visitantes conheceram a Marcenaria, onde são fabricados os móveis que posteriormente recebem os acabamentos artísticos dos escultores e marcheteiros. 
Na marcenaria, os visitantes foram recebidos pelos Instrutores Fernando e Carlinhos que também falaram sobre como é realizado o trabalho em sua oficina pedagógica.
Por último, o Prof. Rafael levou os alunos de Poxoréu até a Serraria, mostrando as máquinas onde os artesãos livres trabalham.
A visita encerrou na Exposição organizada pelos Artesãos Livres de Jarudore. 
As peças são lindíssimas, feitas de madeira maciça. São pesadas, mas de longa durabilidade. 
O catálogo das peças ali produzidas pode ser acessado no site www.artesaosdombosco.org.

Terminando a visita, o Diretor Rafael agradeceu os visitantes pelo interesse em conhecer o trabalho ali realizado, ainda que em pouco tempo, pois ainda haveria por dizer e mostrar.
Pediu que se diga que em Jarudore não tem apenas o Rio Vermelho e o Morro do Coelho, mas também tem os artesãos, jovens talentosos que estão produzindo riqueza e conhecimento para o Brasil.
O almoço do grupo de Poxoréu foi realizado na EM Epaminondas Correa, antiga Escola Municipal Graciliano Ramos. 
Epaminondas Correia foi vereador em Poxoréu, MT, por duas legislaturas (1970-1972 e 1973-1976). 
Em 1977 foi eleito Vice-Prefeito com o Prefeito Eoni de Sousa Lima, com um sufrágio de 4.420 votos. 
Nasceu em 20 de setembro de 1944 e faleceu em 8 de fevereiro de 2000, sendo filho de José de Freitas Correia e Dona Anna Joaquina Correia de Oliveira.
Para maiores informações sobre sua biografia, recomenda-se a leitura da obra “Linhas históricas de Poxoréo: um olhar sobre o nascimento dos Distritos numa contribuição às escolas e à sociedade”, do upenino Prof. Gaudêncio Rosa de Amorim, mais precisamente nas páginas 115 a 119.
Após o almoço o grupo de alunos poxorenses viajou para Paraíso do Leste.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

A questão indígena, a ocupação de Jarudore e a denúncia da cacique bororo

Texto: Dr. João Batista de Araújo Barbosa (Batistão)
Fotos: Izaias Resplandes

     “Nos últimos dias recrudesceram as denúncias da cacique bororo Maria Aparecida Toro Ekureudo, e passaram a ser destaque na mídia mato-grossense. 
No início do mês de fevereiro recebeu destaque em duas reportagens do jornal Diário de Cuiabá. 
Agora, além da mídia regional, o assunto foi destaque em O Globo.
LEIA MAIS EM:

Morros Jarudorenses

 MORRO DO COÊLHO - Localizado às margens do Rio Vermelho. É o cartão postal da cidade. Para os boróros é um morro sagrado.
À direita do Morro do Coêlho, mais ao fundo, destaca-se o Morro da Taba, objeto de exploração folclórica dos visitantes.
O Morro do Coêlho pode ser visto de longa distância. A vista ao lado é um privilégio dos alunos do Centro Técnico de Jarudore, localizado no povoado de Johannesburgo.
Jarudore é cercada de morros, o que torna a sua paisagem muito bela. 
Cada um com seu formato típio, buscando dar um toque especial que chame a atenção do visitante.

Escola Pe. César vai a Jarudore



A aula de campo dos segundos anos da EE PE.CESAR ALBISETTI foi realizada nos Distritos de Jarudore, Paraíso do Leste e Aparecida do Leste.
A chegada dos alunos de Poxoréu em Jarudore se deu por volta das nove horas da manhã. A comunidade da sede foi recebida pela comunidade jarudorense que estuda e trabalha na EE FRANKLIN CASSIANO, dirigida pela profª Celestina.
A escola Franklin estava em aulas, apesar de ser um dia de sábado. É que nesse dia, seus profissionais estavam desenvolvendo um projeto especial de alfabetização para jovens e adultos de uma comunidade rural.
 Os visitantes foram muito bem recebidos, sendo reunidos na área social da escola, onde o Dr. Antônio Mineiro fez uma breve palestra sobre a História de Jarudore e a Questão Indígena local.
Acima, Profª Gaudência Maria, que trabalhou muitos anos em Jarudore e Prof.Antônio Carlos, ambos professores da Escola Pe. César Albisetti.
Abaixo, a Profª Adjair e a Prof. Maura, Coordenadora e Diretora da EE Pe. César Albisetti.
Segundo Antônio Mineiro, “na década de 70, os últimos índios foram embora de Jarudore e agora, nos últimos anos, eles voltaram com o intuito de retomar as terras da reserva indígena”
Destacou que os índios são bem tratados, vivem entre eles e estudam na escola Franklin Cassiano.
 
 Matemáticos em Jarudore: Prof.Geniel, Prof. Izaias e Prof. João Antônio
O Distrito de Jarudore foi criado pela lei estadual nº 1191, de 20-12-1958 e anexado ao município de Poxoréu.

 Na foto ao lado: Profª Celestina, Prof. Gaudêncio Amorim (Secretário de Planejamento do Município e Dr. Antônio Mineiro, empresário jarudorense.
Segundo Andréia Fanzeres, em “Jarudore, a terra indígena esquecida”, disponível em: http://www.oeco.com.br/reportagens/19661-jarudore-a-terra-indigena-esquecida, acesso em 20 jun. 2012:
A Terra Indígena Jarudore é mínima, tem apenas 4.706 hectares, e é retalhada por 80 fazendas em seu interior. A região é de Cerrado, em grande parte detonado pela pecuária, mas é ainda capaz de impressionar pelas dezenas de montanhas que se espalham pelo horizonte com formatos peculiares, como o Morro do Mandi (o Morro do Mandi é conhecido em Jarudore como o Morro do Coelho - foto acima).
Há registros de que elas guardam cavernas ainda desconhecidas e pinturas rupestres. A morraria vai até onde a vista alcança e, com base nisso, acredita-se que, em 1912, o marechal Cândido Rondon tenha reconhecido uma área de aproximadamente 100 mil hectares para o usufruto do povo Bororo que habitava o local. Em 1945 essa área foi homologada e reduzida por um decreto estadual para seis mil hectares e em 1951 recebeu o recorte definitivo de 4.706 hectares.
Na foto abaixo, casal de índios bororos idosos que retornou a Jarudore, com o objetivo e readquirir a posse das terras da reserva.
 Ao longo dos anos 1950 e 1960, surgiu irregularmente dentro da terra indígena uma vila que hoje tem escola estadual, destacamento de polícia militar, posto de gasolina, igreja, mercearia, açougue e todo o tipo de comércio. 
Lá vivem cerca de 2 mil pessoas. Primeiro chegaram os garimpeiros, depois os fazendeiros. Durante todo esse tempo, nenhum governo se interessou em desocupar a terra indígena. 
O lugar virou Distrito de Poxoréu e se localiza a exatos seis quilômetros de uma nova aldeia que está sendo construída por 38 índios bororo que, sob o comando da cacique Maria Aparecida Eurekeudo e orientação do Ministério Público Federal, resolveram sair da Terra Indígena Sangradouro para retomar o território Jarudore, em 2006.
Após a palestra do Dr. Antônio Mineiro, pai do Dr. Tiago Mineiro, médico que presta serviços na cidade de Poxoréu (foto ao lado, com a proª Gaudência), a profª Celestina, diretora da escola, fez também uma apresentação dos principais eventos realizados na Escola Franklin Cassiano, com destaque para a Feira do Campo.
Na sequência, a Escola Pe. César apresentou uma dramatização enfocando "a questão indígena" em Jarudore de uma forma bem humorada e descontraída.
 

Encerradas as palestras, a escola anfitriã ofereceu um café da manhã aos visitantes e, logo após, as duas unidades escolares se enfrentaram em dois jogos amistosos de quadra.

No primeiro encontro, futebol de salão. No tempo principal a disputa permaneceu empatada em 2 x 2. Indo para as penalidades máximas, os anfitriões venceram por 3 x 2. As torcidas de ambas as escolas assistiram o confronto com grande animação.
Após o salão teve uma disputa de voleibol, encerrada com a vitória sucessiva dos anfitriões em dois sets seguidos. No primeiro terminou em 15 x 10 e o segundo em 15 x 11 pontos.
Às 10:30 h a comunidade “PE. CÉSAR” deixou a Escola Franklin Cassiano, após os agradecimentos das diretoras Maura Silva e Celestina (foto acima).

domingo, 17 de junho de 2012

Pe. César faz aula de campo nos Distritos de Poxoréu

 A Coordenadora Pedagógica da Escola Pe. César, Profª Adjair, deu as orientações para a viagem antes da partida, a fim de evitar problemas posteriores.

No último sábado, 16 de junho de 2012, a Escola Pe. César Albisetti, a exemplo do que vem fazendo nos últimos anos, levou o seu alunado dos segundos anos para uma aula de campo nos Distritos de Jarudore, Paraíso do Leste e Aparecida do Leste. O Município de Poxoréu contribuiu com o fornecimento do transporte escolar para a viagem.
 A Diretora Profª. Maura repassa as últimas orientações antes da partida.

A concentração dos alunos era para se dar a partir das seis horas da manhã, mas muito antes disso a escola já estava em clima de viagem. Muitos madrugaram. Não se registrou atrasos dos passageiros. Quem atrasou um pouco foram os ônibus do transporte, mas nada que tenha comprometido a programação.

Dois ônibus foram designados pelo Secretário de Educação de Poxoréu, Prof. Antônio Lélis, para atender a escola. Os veículos foram dirigidos pelos motoristas Erlito e Lêra, os quais foram muito pacientes e cortezes com o alunado. Fizeram um excelente trabalho.
O embarque foi devidamente coordenado, sendo os alunos distribuídos entre os dois ônibus de forma a garantir uma maior socialização entre eles.
 Os professores Izaias Resplandes e Luiz Sérgio participaram da Aula de Campo

E assim partiram de Poxoréu. O Morro da Mesa ainda estava coberto de neblina quando os viajantes passaram por lá. Meninos e meninas cantavam alegremente os hits do momento. Era a maior animação enquanto os morros das Serras de Poxoréu desfilavam pelas janelas dos ônibus e pelas lentes da "sony 12.1 mp) do professor Resplandes.
Então aconteceu a primeira parada. A Concessionária "Morro da Mesa", que está administrando a rodovia MT-130 estava realizando uma operação de recuperação da via, na altura da entrada para o Assentamento Rural "João de Barro" e o trânsito estava circulando apenas por uma pista. Na parada, os alunos tentavam incentivar o motorista a ir em frente: "Acelera, Lêra!" "Poeira!" "Manda acelerar, Tigrão!".

Mas de nada adiantavam os brados retumbantes e em coro dos alunos. O Lêra, motorista responsável, tio do Ânderson Pacheco, que também estava na viatura, não cedeu e esperou a liberação da pista para seguir em frente.