Outro projeto que foi discutido no início do ano foi a “Sala do Professor”. Ficou decidido sobre a inclusão de um módulo de metodologia científica nesse projeto, com o objetivo de acertar os ponteiros do método, a fim de que as orientações aos alunos fossem as mais uniformes possíveis.
Também planejamos uma atividade prática para os profissionais da educação da escola. Como sempre fazemos com os alunos, nós fomos divididos em grupos e cada um ficou responsável por elaborar um Projeto e realizar uma apresentação para os alunos. Essa atividade foi cumprida. O meu grupo falou sobre as dificuldades de aprendizagem na área das Ciências da Natureza e da Matemática. Também decidimos que a Feira de Ciências seria executada nos últimos dias letivos do ano, quando os alunos iriam se envolver apenas com essa atividade, como se isso fosse pouco.
Os meses foram passando e, enfim, chegou o tempo da Feira de Ciências. A animação tomou conta da escola. Para quem olhava de fora, parecia que ali reinava uma bagunça total, principalmente quando as equipes passaram à fase de construção da apresentação para a sociedade. Mas as aparências quase sempre enganam. E dessa vez, com toda certeza enganavam. As coisas, na verdade estavam muito bem organizadas. Ainda que em cada canto da escola estivesse um grupo de alunos, junto deles também havia um ou mais professores acompanhando e orientando as atividades. A dispersão pelo espaço da escola visava facilitar a execução dos trabalhos, para que um grupo não atrapalhasse o outro. Pode-se dizer que se havia uma bagunça, era uma bagunça disciplinada, bem organizada; planejada.
Nós tínhamos um cronograma a seguir. Para cada dia havia uma atividade planejada que, se não fosse executada, poderia tumultuar o final dos trabalhos. Nesse sentido, os professores além de orientar, também cobravam os resultados, avaliando todo o processo. E assim, paripasso, a Feira de Ciências 2010 foi sendo montada.
Os painéis foram tomando forma, colorindo os cenários, informando os temas dos subgrupos e seus respectivos objetivos. As maquetes também foram sendo construídas. Algumas representavam coisas simples, mas outras eram bem mais complexas.
E os dias finais se aproximavam a galope. Ainda havia maquetes para concluir, painéis para terminar, mas também era necessário enfeitar as salas. Essa foi uma fase muito importante, porque requeria um planejamento coletivo por parte dos alunos. Enquanto se desenvolvia o trabalho nos subgrupos, a coisa corria mais na base do cada grupo por si e Deus por todos, mas agora era necessário mudar para o paradigma do “um por todos e todos por um”. O espaço onde a apresentação iria ocorrer era comum e a sua preparação era responsabilidade de todos.
Idéias não faltaram. Algumas eram mirabolantes. Nesse caso, cabia ao professor-orientador chamar a classe para a ordem. “Vamos ter os pés no chão! Vamos preparar a apresentação com o mínimo de gastos possível”. E assim os enfeites foram dando um “new look” para o espaço escolar, um novo visual. Mas...
Como sempre acontece no futebol brasileiro, as coisas no Brasil têm sempre que acontecer do modo mais difícil. Assim já dizia o comentarista esportivo da Rede Globo, Galvão Bueno E, com a nossa Feira de Ciências não foi muito diferente.
Mas, como já disse, tudo deu certo no final. Às cinco da tarde fomos para casa, tranquilos. Nossa apresentação estava pronta. As idéias planejadas haviam sido executadas e agora tínhamos algo de concreto para mostrar à sociedade poxoreana que viesse visitar a Feira de Ciências 2010 da EE. Pe. César Albisetti. Esse foi o milagre da transformação.
Valeu, “Pe. César!”