sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A chegada às águas quentes

 
Guilhermina ia logo à frente, em um dos primeiros bancos do ônibus. Discretamente, volta e meia dava meia volta e volvia um olhar para os seus pupilos. Queria deixar claramente estabelecido que apesar de estar dando certa liberdade, a guarda estava alerta e de olhos bem abertos sobre todos. Às suas costas os meninos cantavam animadamente os hits do momento, em parceria com uma caixa de som que levaram para animar o passeio. As caixas de som estão fazendo muito sucesso hoje em dia. Elas vêm com suporte para os chips que dispensam os velhos discos, fitas e CDs. No nosso caso, ss cantores deixavam muito a desejar, mas como não estavam apresentando nenhum espetáculo, ninguém se incomodava. E depois, a caixa afinadíssima e em alto volume, cobria todas as falhas dos cantores, os quais nem ouviam as reclamações dos que não cantavam e nem se encantavam com o que os demais cantavam.
E assim partiram.
As águas quentes de Poxoréu, não ficam longe de Poxoréu. E entre conversas que vão e conversas que vêm ei-las que surgem em uma das curvas do caminho. A turma estava no ápice da agitação. Mas Guilhermina tratou logo de jogar uma baldada de água fria sobre os mais afoitos para acalmá-los. A meninada deveria se comportar, não demonstrando grande entusiasmo pelo lugar, ficando quietos enquanto o comando da tropa tentaria negociar um abatimento nas entradas. Deveriam dizer à gerente do lugar que na verdade desejavam ir para as Águas Quentes do Concorrente, também chamada pelos vizinhos de Águas Quentes de Primavera.
E assim chegaram.

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