Antes da partida, os alunos foram reunidos para ouvir todas as instruções a serem observadas na Aula de Campo |
O projeto da escola é sério e responsável. Não se trata de uma brincadeira ou de um simples passeio, ainda que, em parte, também preencha esses requisitos, haja vista que o momento de lazer também é previsto e incluído na programação.
Dois homens do Corpo de Bombeiros de Primavera do Leste foram destacados para dar apoio à Escola em seu Projeto |
Neste ano não tem sido diferente. Já realizamos duas etapas do projeto e ainda temos a previsão de mais uma.
Reunião com o Corpo Docente e o Corpo de Bombeiros, antes da partida, discutindo o comportamento a ser adotado em campo. |
Durante todas as etapas já realizadas, tudo saiu a contento e conforme o planejado. Não houve qualquer incidente. Tudo transcorreu em paz. Mas, para não dizer que estamos omitindo informações, sim, na Aula de Campo de hoje na Gruta dos Currais, no bairro Alameda Monchão Dourado, cidade de Poxoréu, tivemos um episódio desagradável, mas não totalmente imprevisível, já que estávamos no mato. Tivemos um encontro com uma colmeia de abelhas europeias que atacou o nosso grupo, assustando um pouco, mas sem produzir graves consequências.
Abelha-Europeia |
Profª Maria Iva coordena o aquecimento do grupo. |
A abelha-europeia (Apis mellifera) é uma abelha social, de origem europeia, cujas obreiras medem de 12 mm a 13 mm de comprimento e apresentam pelos do tórax mais escuros. Também é chamada abelha-alemã, abelha-comum, abelha-da-europa,abelha-de-mel, abelha-doméstica, abelha-do-reino, abelha-escura, abelha-europa, abelha-preta e oropa.
A abelha comum ocidental é originária da Ásia e da Europa e foi introduzida na América por ingleses e espanhóis. Vive em colónias permanentes, formadas por uma «rainha» ou «abelha-mestra» (no máximo, e excepcionalmente, duas), obreiras (entre 10 mil e 15 mil) e entre 500 e 1.500 zangãos, que são os machos. As fêmeas diferenciam-se dos zangãos (machos) por possuírem ferrão.
As abelhas vivem em colmeias, que podem ser artificiais ou naturais. Em seu interior, as obreiras usam cera para construir os favos (formados por células em forma de prisma hexagonal), onde armazenam mel e pólen para alimentar tanto as larvas como os insetos adultos.
A rainha ocupa-se exclusivamente de pôr ovos: cerca de 3 mil por dia. Quando a colmeia necessita de uma fêmea fecunda, as obreiras constroem um alvéolo maior, onde são depositados os ovos fecundados. As larvas desses ovos recebem uma alimentação especial e convertem-se em rainhas. Como em cada comunidade só pode haver uma rainha, gera-se uma «disputa pelo poder», sendo as vencidas expulsas da colmeia.
Os zangãos são os elementos improdutivos da colónia, e a sua principal função é fecundar a rainha.
Normalmente, todos os anos, cada colónia libera um ou mais enxames, sempre contendo uma rainha que se instala noutro lugar, com abundância de flores, onde funda uma nova colónia. É assim que a espécie se propaga.ABELHA-EUROPEIA. Wikipedia. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Abelha-europeia>. Acesso em 19/09/201.
Iniciando o percurso no bairro dos Currais. |
A Gruta dos Currais é uma grande caverna, composta de dois salões medianos. Conforme definido no art. 20, inciso X, da Constituição Federal, pertence ao patrimônio da União.
No caminho, uma parada para o registro fotográfico. Afinal, não se sabe quando voltaremos aqui. |
A subida não é de fácil acesso. A Gruta fica no alto de um localizado na extremidade leste do bairro Alameda Monchão Dourado, na saída para o Distrito de Aparecida do Leste, MT.
Nosso grupo foi bem significativo, compondo-se dos alunos do 2º ano A, B, C e E. Gente animada e arrojada. |
É preciso ter muita disposição e energia para fazer a caminhada até lá, mas com ceteza é uma experiência inesquecível.
Estar na gruta é estar em um ambiente que demorou muitos anos para ser formado pela própria natureza. É difícil imaginar que seja assim, mas a Gruta dos Currais, em Poxoréu, MT é uma caverna natural.
Prof. Geniel e alunos dentro da caverna |
Certamente serve de abrigo para pequenos animais silvestres. Durante essa nossa visita, a Caverna estava guardada por uma Colmeia de Abelhas europeias, que não gostou de ver o seu espaço ser ocupado pelos estudantes da Escola Pe. César Albisetti.
Os professores Luiz Sérgio e Antenor Ferreira puxaram a fila indiana na trilha da Gruta |
Ao chegar na Gruta, os alunos foram se organizando para ouvir uma palestra do Prof. Luiz Sérgio, da disciplina de Geografia, sobre as rochas que compõem a estrutura da caverna.
Prof. Luiz Sérgio falando aos alunos que ouviam atentamente. |
No momento em que o Prof. Luiz Sérgio falava sobre as rochas sedimentares teve início o ataque das abelhas europeias.
Momento da palestra, antes do ataque |
A primeira picada coube a mim, logo na chegada. Eu estava à frente de todos para fazer os registros fotográficos. Minha recepção na gruta foi sem nenhuma surpresa. Cansei bastante na subida. Cheguei lá em cima esbaforido, mas feliz por ter chegado Logo atrás de mim vinham os alunos Filip, João Júlio, Júlio, entre outros. Não tivemos nenhum contratempo.
Momento da palestra de Prof. Luiz Sérgio, antes da palestra sobre as rochas sedimentares |
Na véspera da Aula, os professores Luiz Sérgio, Gaudêncio Amorim e Adjair Miranda estiveram inspecionando a trilha e a caverna. As abelhas não foram detectadas. Ao nosso ver, a casa está metamorfoseada na rocha, de forma que a gente olha e não vê nada.
Na medida que os alunos iam chegando na caverna eles puxavam um pequeno arvoredo para se firmarem. Este se encurvava. E, quando era solto, ele voltava à posição inicial, dando uma raspada na rocha onde as abelhas estavam alojadas. Elas devem ter entendido isso como uma agressão, uma tentativa de destruir a colmeia e, por essa razão desferiram o ataque. A primeira abelha que me picou fê-lo nesse momento. Eu avisei, mas não cheguei a pensar que pudesse haver um enxame ali. Pensei tratar-se de uma abelha isolada. Infelizmente, não era o caso.
É claro que essa é apenas uma tese possível. Não podemos afirmar com certeza que foi isso o ocorrido.
Mas, sendo bem humorado, queremos destacar que apesar da subida ter sido extramente penosa e difícil, a decida foi rápida. Todos ganharam asas e desceram aquela trilha em ritmo de fórmula abelha. Era cada um por si e Deus por todos. O que prevaleceu na descida foi o instinto de sobrevivência. Na subida derramamos muito suor, queimamos muitas calorias.
Pensávamos na volta, mas como devia dizer o ditado, para descer da gruta dos currais, "toda abelha ajuda"!
Profª Adjair retirando ferrões de abelhas na cabeça de João Júlio. |
Após a descida, a Profª Adjair Miranda, Diretora da Escola, providenciou o encaminhamento de todos ao Hospital e Maternidade São João Batista, onde foram atendidos e medicados. Enquanto aguardávamos o atendimento, fomos retirando os ferrões das abelhas. Na medida que fazíamos isso, as dores diminuíam.
Nenhum incidente grave foi registrado e a maioria dos alunos não dispensou o lazer programado para a parte da tarde, o qual aconteceu no Rio Coité, bem próximo à sede do Distrito.
E aí, graças a Deus, a água do rio foi um verdadeiro bálsamo que restaurou a alegria e a paz de espírito de todos.
Com certeza, esse será um dia inesquecível! Uma excelente aula de campo, com toda a sua dura realidade.