O
ano de curvatura 2015
Nesse ano
novo eu desafio todos os seres humanos a me dizer o que se esconde depois da
próxima curva da vida de cada um de todos nós.
E eis que já
começou a nossa viagem pelo mundo das curvas deste novo ano de 2015. Aliás,
vale dizer que ele tem o nome de novo, mas não há duvidas de que, em sua alma, traz
a essência do velho dentro si. Esse novo é tudo o que o velho foi, mas não é o
velho, pois que a cada curva do tempo que passou, ele se aperfeiçoou e se fez
novo.
O novo olha para dentro de si e vê que o velho ainda está lá. E tinha que estar mesmo, pois ele é o começo, é a base em que o novo está se construindo a cada momento. Ele não pode perder seu DNA, senão morreria a cada segundo em que se torna velho e não saberia nada do que foi o velho que deixara de existir. É por isso que não existiu apenas o velho e nem o novo irá apenas existir tão somente. O novo e o velho sempre foram, são e serão sempre um. Assim, quem vê o velho, vê o novo e quem vê o novo, vê também o velho.
O novo olha para dentro de si e vê que o velho ainda está lá. E tinha que estar mesmo, pois ele é o começo, é a base em que o novo está se construindo a cada momento. Ele não pode perder seu DNA, senão morreria a cada segundo em que se torna velho e não saberia nada do que foi o velho que deixara de existir. É por isso que não existiu apenas o velho e nem o novo irá apenas existir tão somente. O novo e o velho sempre foram, são e serão sempre um. Assim, quem vê o velho, vê o novo e quem vê o novo, vê também o velho.
A verdade é
que tudo é único. Um não é apenas o primeiro. Um é o tudo. A Terra, o mundo, o
universo, a criação... Tudo e todos são apenas um. Existe apenas uma
respiração, um sonho, um destino, uma existência...
Nesse
momento eu estou escrevendo o destino, as páginas do destino... Do seu, do meu,
do nosso... O destino é um só. Novo e velho tem apenas um destino: existir.
Eu existo.
Eu sou. Eu penso. Eu construo. Você também faz tudo isso. Nós fazemos tudo
isso. Com a nossa voz nós falamos dele, com as nossas mãos nós escrevemos, e
com tudo isso nós existimos.
As nossas
mãos conhecem por onde os nossos pés seguirão e onde deixarão seus passos, meus
passos, nossos passos. Elas conhecem os segredos de cada curva do universo. Uns
já foram e os outros também serão escritos por elas. Elas tocam, acariciam...
São mãos! Mãos carinhosas e amorosas que pensam e que criam o que haverá depois
de cada curva da estrada da vida. Na verdade, às vezes me pergunto se são elas
que pensam, ou se são elas que são pensadas. Quem saberá o mistério das mãos!
Foram as
mãos que inventaram as letras, de muitas formas, tamanhos, estilos. Com essas
letras elas escrevem o destino, elas revelam os segredos e os mistérios mais
profundos do universo.
O que se
esconde atrás de cada pensamento de nossas mãos? E o que será escrito na curva
do destino? Sim, não seria na reta, mas na curva. O universo é reto, mas o
destino é curvo. O universo é o presente existente. Já o destino é o futuro e
pela sua curvatura vai materializando as possibilidades de nossa existência. Nisso
reside a mágica da criação. Se a existência se revelasse por inteiro, em uma
linha reta, ela não seria portadora do novo, porque não haveria novo. E seria
enfadonha e sem graça. E ninguém iria gostar de existir. É por isso que o futuro
não é reto. E também é por isso que falamos e existimos através das curvas,
enquanto escrevemos as retas de nossa existência.
As curvas
são melhores do que as retas, porque elas trazem as possibilidades do
progresso, do inédito, da aventura, dos sonhos, das esperanças...
Nas curvas
de meus sonhos eu viajo sem limites. Eu vou e volto ao fim do mundo, em um
segundo. Foi lá, quando eu as percorria que descobri aquele mundo fantástico,
tão parecido com a Terra que nos encantou e que temos descoberto em cada curva
dos nossos dias que passaram. Lá também existe um mar azul. No dia em que você
chegar lá, você verá o quanto é azul, o azul daquele mar. Você olha, olha, olha
até onde a sua vista alcança. O mundo novo é lindo e tem muito azul para se
ver.
Espero que
esteja tudo bem para você e que você goste do azul, porque ele é maravilhoso. É
uma beleza! No mundo novo, o mar azul se confunde com o céu azul. Ele termina
lá naquela curva em que o céu começa. E é lá que está a curva dos nossos
sonhos.
Você sabia que
o que vem depois da curva que faz o limite entre o mar e o céu, não são três
sementes de abóboras e nem é a ponta do dedo de um tolo? Ah! É lá naquela curva
que começam os nossos sonhos e as nossas esperanças. É lá que começa o futuro.
Até lá está o presente que eu vejo, mas depois de lá, vem o céu e o infinito que
eu ainda não sei.
A partir da
curva em que o mar termina e o céu começa, eu sei que pode ter tudo o que eu
quiser e conseguir imaginar. Lá eu já consigo visualizar os homens voando sem seus
motores, se teletransportando na força de vontade de seus pensamentos. Eles vão
e vem, como querem e na hora que querem. Ali eles já viajam para o passado,
onde alguns corrigem seus erros, se apagam da existência, definem novas
trajetórias, novos futuros e iniciam-se outra vez. A partir daquela curva, o
que existe pode deixar de existir, pode nascer de novo, ou pode melhorar com a
memória das retas do passado. Ali é o mundo das possibilidades, onde cada um se
constrói e constrói o que sua imaginação for capaz.
E então, o mundo
de curvatura 2015 está cada vez mais curvo. E as retas que se traçam nele são
formadas de curvas cada vez mais acentuadas. É desse modo que a nossa vida de
cada dia vai se construindo na revelação que a curva da nossa existência vai
fazendo a cada instante. Com nossa imaginação e nossos sonhos nós vamos
alimentando a força criadora da curva de nossa vida e vamos deixando nossos
rastros pelas praias do universo, em uma longa reta. Nossos rastros não se
perdem nas curvas do passado.
O passado é
formado de retas. É verdade que elas são infinitas. Mas sempre que olhamos e
até onde conseguimos ver o que nós já vivemos, o que nós vemos são retas. As
curvas carregam mistérios. As retas revelam verdades já vividas, ou mentiras
que pareciam verdades, até que a vida revelou que eram mentiras. As retas
escrevem os relatórios das curvas, na medida em que elas vão deixando de se
encurvarem e vão se alinhando com as retas já existentes, formando um universo
de retas e existências paralelas, que até se avistam, que são vizinhas, que
compactuam, mas que são identidades. Cada reta é uma existência revelada por
uma curva de sonhos. E o universo se enche com essas curvas que se tornaram
retas.
O ano novo
sempre chega com o dia que ainda não chegou. O hoje não é um novo dia. Ele é a
continuação do velho dia que a nova curva de ontem revelou. Mas ontem não é
mais uma linha curva. É uma linha reta. A curva é uma linha reta que vai sendo
escrita sobre a curvatura do universo. Cada palavra que eu escrevo vai
revelando o segredo da curva, mas sempre haverá segredos e mistérios além da
próxima curva.
A vida é o que
está pela frente e que ainda não aconteceu para nós que estamos aquém da curva.
A vida está além. O aquém é o agora, o já, o passado vivido. O agora é o rastro
reto e visível da vida. Eu olho para trás e enquanto meus olhos me permitem ver,
eu vejo os meus rastros, as minhas pegadas, as minhas ilusões, o que ficou e o
que passou. Mas quando eu olho para frente, eu não vejo nada com os olhos do
presente, porque eles somente veem por meio de retas. E o que está na frente é
curvo. E a curvatura é contínua. O próximo segundo se esconde do atual. Uma
virada se esconde da outra. Então, quando olho para frente eu vejo... Não vejo
três sementes de abóbora... Como diria Walt Disney, da Disneylândia, “o mundo
maravilhoso de cores”, eu vejo possibilidades!
Além da
próxima curva, eu não vejo carros, nem motores, vejo que nós estamos viajando
pelas asas da imaginação. Como é grande o poder de nossa imaginação! Em
segundos, ela nos transporta para os confins do universo sem fim, mas de
possibilidades infinitas. Ela nos ajuda a ver essas possibilidades ocultas em
cada segundo da eterna curvatura.
Como diria
Sócrates, “tudo que sei é que nada sei”. Somente nossa imaginação poderá nos
dizer o que existe além da próxima curva! É lá que tudo o que for possível está
nos aguardando para existir. Tudo, tudo mesmo! Tudo está lá. Basta ver, basta
olhar, basta imaginar! Mas não queira ver com olhos retos; veja com olhos
curvos. Os olhos retos só veem o velho, mas os curvos veem o invisível, o que
está além dos limites dos olhos retos. Eles veem um mundo novo de
possibilidades que brotam na terra fértil de nossa imaginação. Os olhos curvos
de nossa existência eterna nos ajudarão na revelação e construção de um
universo cada vez melhor para todos nós.